Novo Website IVENS!

Será a Inteligência Artificial a Grande Aliada da Corporate Governance? 

A Inteligência Artificial (IA) está a transformar rapidamente o mundo dos negócios e, consequentemente, a Governance. Estarão os líderes e administrativos preparados para equilibrar a eficiência dos algoritmos com a sensibilidade humana na tomada de decisão? No artigo de hoje vamos descortinar as vantagens da digitalização da Governance, os desafios e o impacto ético.  

O que é a Inteligência Artificial e como impacta na prática a Corporate Governance? 

De acordo com o Parlamento Europeu, a IA é a capacidade das máquinas reproduzirem competências humanas, como o raciocínio, a (auto) aprendizagem, planeamento e criatividade com base em dados. Além disso, permite que os sistemas sejam capazes de recolher, armazenar e processar quantidades de informação que em muito superam a apitdão humana e, tomar decisões de forma autónoma.  

No contexto empresarial, esta tecnologia tem todo o potencial para aprimorar a Governance, aumentar a transparência, melhorar a análise de riscos e otimizar processos administrativos. Mas, apesar dos avanços, a IA ainda enfrenta desafios éticos e estruturais que exigem uma abordagem equilibrada. 

De que forma pode a IA melhorar a Governance? 

A Governance, enquanto sistema que estabelece as políticas e procedimentos de uma organização para governar as suas atividades comerciais, é indispensável para garantir que as empresas são geridas de maneira ética e transparente.  

Historicamente, a Governance tem sido moldada pelos regulamentos e diretrizes dos órgãos governamentais e entidades regulatórias. Mas, com a rápida evolução tecnológica e com a ascenção da IA surgem novas oportunidades para fortalecer esta estrutura.

Estamos perante uma mudança de paradigma – as ferramentas digitais incluindo a IA serão um forte aliado dos Conselhos de Administração e empresas, permitindo uma comunicação mais fluída, eficaz e segura a partir de qualquer lugar e em tempo real.  

Com organizações mais ágeis e transparentes, será possível um maior acesso e partilha de informação global, mais transparência e controlo com auditorias mais rápidas e eficientes.  

Num mundo cada vez mais digitalizado, as organizações disponibilizam cada vez mais informação sensível e crítica em serviços alojados na nuvem. Este cenário despoletou o aparecimento de novas ameaças, mas, ao mesmo tempo, a adoção de uma consciência sobre a importância de proteger a privacidade, a integridade e a veracidade da informação armazenada. 

No meio de todas as mais valias desta ferramenta fica a questão: Irá a IA substituir as competências e o papel chave dos administradores? 

A Inteligência Artificial aplicada na prática

A esmagadora maioria das decisões de um administrador são estratégicas e moldam o futuro da sua organização. Decisões estas que exigem um nível elevado de risco, variabilidade, colaboração e inteligência humana, que continua a transcender dados e algoritmos.  

Apesar da IA sugerir ótimas soluções para problemas regulares e previsíveis, as decisões estratégias continuarão a depender de uma avaliação cautelosa de riscos incalculáveis, de julgamento crítico e sensibilidade humana sobretudo em situações de incerteza.

Na linha da frente das organizações continuarão a estar administradores com um olhar holístico da organização, do mercado, dos stakeholeders e, de fatores qualitativos que a máquina não consegue interpretar, como a intuição, a experiência e compreensão da cultura e valores organizacionais.  

A Governance do futuro será uma combinação entre tecnologia avançada e liderança consciente. Os líderes do futuro terão de ser mais humanos do que nunca, podem e devem recorrer à IA para apoiar mas, nunca substituir, o processo de tomada de decisão. 

Impacto ético e desafios da IA na Governance  

A aplicação da IA na governance também enfrenta desafios significativos. Questões relacionadas à ética, privacidade e a compreensão das decisões tomadas pela IA são preocupações que ainda carecem de estudo.  

As organizações que souberem integrar a IA de maneira consciente e estruturada terão uma vantagem competitiva significativa, garantindo um futuro mais sólido e inovador para os seus stakeholders. No entanto, esta integração requer a colaboração de especialistas de tecnologia e profissionais da área financeira e jurídica.  

Apesar do papel tranformador da Inteligência Artificial, muitas organizações ainda não implementaram práticas robustas de governo corporativo que permitam a operacionalização e supervisão da IA. As empresas devem assegurar que o seu talento está focado nas atividades de alto valor acrescentado, externalizando e criando parcerias que viabilizem a utilização de recursos especializados e economias de escala, em atividades non-core, cujos níveis de competência, especialização e escala são improváveis de alcançar internamente. 

Já os Conselhos de Administração terão de rever os processos de governo e supervisão, fortalecer as estruturas de auditoria e controlo, especialmente na componente preventiva e preditiva, crucial para mitigar riscos e assegurar o sucesso da IA.